2011 - Porto Seguro (BA).
A foto não diz tanto sobre o lugar, mas diz bastante sobre mim.
Mar é movimento, mar é liberdade, mar é vida.
O mar é a minha vida.
Filha de carioca com pernambucano (pescador, ainda por cima), há relatos que, quando eu era bebê, era tão fascinada por esse universo encantado que mergulhei em um lago de roupa e tudo - e só saí porque me agarraram pelo pé e me puxaram de volta que nem um peixe fisgado.
Acho que não posso chamar de coincidência o fato de ter passado a maior parte da minha vida em Paquetá que, para quem não conhece, é uma pequena ilha/bairro do Rio de Janeiro que fica a uma hora de distância do continente (ilha raiz mesmo, só dá pra chegar por meios aquaviários ou nadando).
Como se não estivesse rodeada de água o suficiente, fui parar na UFF, que fica no famoso "outro lado da poça"; enquanto muitos amigos pegavam dois ônibus para chegar na faculdade, eu pegava duas barcas.
Ainda em Niterói, me vem uma reflexão a respeito da Ponte Rio-Niterói, uma travessia que já se tornou cotidiana e corriqueira para muitos.
Já perdi a conta das triangulações absurdas feitas só para que eu pudesse entrar em um 750D ou 775D, enfrentando viagens de uma a duas horas "à toa", por causa de um trechinho de 15 minutos... trechinho onde os veículos voam mais alto que as gaivotas e a Baía de Guanabara se descortina para todos os lados em uma imensidão de água escura.
Até hoje (digo, em realidade pré/pós pandemia), isso tem a capacidade de me tirar o fôlego.
Voltando a pensar em viagens, algo que sempre me dá uma agonia é ficar longe do litoral por muito tempo - é como se, ironicamente, eu estivesse submersa e o ar começando a faltar. Falta sim, falta alguma coisa naquele emaranhado de silhuetas de arranha-céus, ou naquela paisagem maravilhosa que só tem vales e montanhas.
Engraçado que, no dia-a-dia, nem sou uma grande frequentadora de praia... é mais sobre ter água ao meu redor ou ao meu alcance.
Sobre ter opções, sobre ser livre, sobr
e imaginar e conhecer todos os mundos que existem por trás de cada horizonte.
Sobre se perder em um mar de possibilidades e nunca mais querer voltar para o marasmo sem turbulências da vida terrestre.
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