2018 - Hong Kong
Dos 300 mil motivos para me surpreender ao chegar em Hong Kong, eu nunca achei que familiaridade fosse um deles.
Pra começar, o ambiente: assim como o Rio de Janeiro, a silhueta da cidade-estado é formada por mar e montanhas. Em alguns pontos, juro por qualquer coisa que dá pra confundir os dois lugares sem o menor problema.
Inclusive, em uma região conhecida por Repulse Bay, só conseguia me lembrar de Paquetá, e uma das praias de lá parecia a reprodução exata da Praia da Moreninha (com o pequeno diferencial de estar interditada devido à presença de tubarões).
Falando em Paquetá, um dos principais sistemas de transportes de Hong Kong funciona através de, pasmem!, barcas, já que a área territorial é formada por grandes extensões de terra, ilhas e baías. Na verdade, tem tudo quanto é tipo de embarcação disponível tanto para circulação local quanto passeios turísticos, mas foi uma experiência surreal estar do outro lado do mundo e entrar numa barca muito parecida com a que estou acostumada a pegar quase todo santo dia.
Ah, e como deixar de mencionar o Peak Trem, um bondinho que pegamos para ir até a parte mais alta da cidade para contemplar uma vista panorâmica da região?
Em uma das áreas mais movimentadas, existe uma espécie de camelódromo, formado por várias lojas e tendas ao longo de uma rua extensa, onde é encontrado - e negociado - todo tipo de mercadoria, em um preço MUITO em conta (não sou de sair comprando tudo que vem pela frente, mas confesso que saí de lá com uma pilha de bugigangas, incluindo muitas miniaturas de personagens e alguns All Stars coloridos).
Essa poderia ser uma descrição da Uruguiana, mas estou falando do Ladies Market, o maior mercado de rua de Hong Kong.
Posso dizer que já circulei um bocado por aí, mas nunca achei que pudesse encontrar tantas semelhanças entre lugares tão distantes. E isso me faz pensar como é engraçado o fato de gostarmos de conhecer contextos novos, mas que nos animamos e até nos emocionamos quando nossa origem aparece em detalhes de alguma realidade até então desconhecida.
Acho que, no final das contas, a gente vai embora mas sem nunca partir de verdade.
Outras curiosidades dignas de nota:
Atualmente, Hong Kong é uma região administrativa semiautônoma, o que significa que tem um sistema de governo, economia e costumes bem divergentes da China. Facebook e whatsapp, por exemplo, são permitidos.
É a cidade com mais arranha-céus (e os mais altos) e uma das mais densamente povoadas do mundo.
Por ter sido uma colônia britânica por volta de um século e meio, a globalização não só chegou como deitou e rolou em Hong Kong: a moeda local se chama "Hong Kong Dólar"; inglês é uma de suas línguas oficiais e praticamente toda a população entende; as marcas e redes mais famosas estão mais do que presentes no comércio local.
Tem Mc Donald's, por exemplo, em tudo quanto é esquina, enquanto é bem mais difícil de ser encontrado em lugares como o Japão (incluisve, já visitei Mc's de vários lugares diferentes, e a versão honconguesa é uma das melhores).
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